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As 13 uvas mais tradicionais na produção dos vinhos

As 13 uvas mais tradicionais na produção dos vinhos

Você pode simplesmente apreciar o vinho como pode ser um enófilo, para ambas é importante saber qual a diferença dos rótulos, um ponto que muitas pessoas não sabem é que a uva pode produzir tanto vinho branco como vinho tinto, isso depende apenas da afinidade da vinícola e do modo de produção.  Com o objetivo de te ajudar a entender o que está degustando, criamos uma classificação de vinhos e suas harmonizações. 

Cabernet Sauvignon

Sem sombra de dúvidas é uma das mais conhecidas do ramo, com origem francesa e tradicional da região de Bordeaux, mas diversos lugares no mundo conseguem produzir com excelência. Os melhores resultados são obtidos em regiões quentes e temperadas. Seu apelido é Rainha das uvas Tintas e serve como parâmetro para ver a qualidade da vinícola. O seu tempo de plantação está classificado de média a tardia, essa variação de tempo faz com que sua maturação acentue certos sabores na bebida, em locais frios os traços de pimentão são ressaltados, já nas regiões mais calorosas os resquícios são de ameixas e amoras silvestres. 
Por seu corpo estruturado e com taninos discretos, são caracterizados como vinhos de mesa que acompanham muito bem as refeições, sendo secos com equilíbrio característicos de amargor e aromas. Bom acompanhamento de carne bovina, bacalhau e queijos fortes. 

Tannat

As uvas Tannat são de origem francesa mas são mais utilizadas nas vinícolas uruguaias apresentando excelentes rótulos dessa linhagem. No Brasil seu desempenho tem destaque na região da Serra Gaúcha, sem deixar a desejar em nenhum aspecto. Mesmo a produção sendo feita com a mesma uva tem diferença dos exemplares da América do Sul, isso acontece por conta da temperatura e das chuvas que são mais intensas e baixas, sendo assim, resultando em vinhos mais frescos e finos. A presença de taninos é intensa, podemos perceber pelo nome, por ser mais forte no passado foi desprezada para a produção de vinhos varietais, por isso foi adicionado como um elemento importante das bebidas de corte, mas na realidade são castas que envelhecem extremamente bem quando colocadas nas barricas corretas e com o tempo necessário, com isso a intensidade e qualidade são afloradas. 
Com sabor redondo, saboroso e volumoso apresenta tons de vermelho escuro, aromas de morango, baunilha, geleia de framboesa e morango. Acompanha muito bem comidas gordurosas, carne assada, ovelhas e churrasco. 

Cabernet Franc 

Podemos ver apenas pelo nome que é de origem francesa, a união da Cabernet Franc + Sauvignon Blanc deram origem a Cabernet Sauvignon tendo uma grande diferença entre a casta anterior e a atual, como o tempo de amadurecimento e o corpo da bebida. Sendo exposta ao regime de chuvas correto e a certas temperaturas seu amadurecimento acontece cedo, por ser muito delicada com a queda de temperaturas em excesso a bebida fica pobre, não fazendo jus ao potencial da casta, o calor em excesso também não favorece muito fazendo com que amadureça mais cedo que o previsto, gerando bebidas com aromas excessivos de vegetais e ervas. 
Porém quando cultivadas de maneira correta seus cachos apresentaram a cor violeta profunda, trazendo um líquido delicado, redondo e muito suculento, apresentando uma produção de bebidas mais suave mas não tem o residual de açúcar suficiente para serem classificadas dessa forma. Possuem corpo médio ou leve com coloração suave e com ênfase nos aromas de framboesa, groselha, com tons de vegetais no fundo. É utilizada para vinhos de corte com sabor específico de frutas, toques de especiarias se destacando pelo frescor e maciez. Indicado para acompanhar pratos mais suaves como carne grelhada e vegetais. 

Merlot

Os vinhos da uva Merlot são conhecidos por trazer elegância. Sua principal característica é a suavidade e a longevidade variada, podendo ter a qualidade de um vinho envelhecido como de um vinho jovem. As suas características são facilmente reconhecidas pela aparência de veludo azulado e bagos grandes, por conta dos bagos seus taninos são médios. Cultivadas em países com diversas características climáticas diferentes, com o resultado sendo aparente nos vinhos, em regiões quentes são frutados e com menos taninos contendo mais estrutura se forem envelhecidos em barricas de carvalho. E em locais frios como Chile, Itália e França a presença de taninos é maior, com a estrutura robusta. Muitos especialistas preferem o Merlot original dessas regiões ao invés dos californianos, australianos ou argentinos. 
Contém textura macia e doçura marcante, com aroma comum de frutas vermelhas e mediterrâneas, como figo, cereja, morango, framboesa, ameixa, amora e groselha. Tem também rótulos com tons de rosas e violetas e amadeirados, como cedro e carvalho. Aromas de cacau, baunilha, tabaco, fumaça, especiarias e ervas. 

Pinot Noir

Em questão de cultivo a Pinot Noir é o oposto da Cabernet Sauvignon, por isso necessita de perfeitas condições para ter uma boa colheita, em regiões que não são estáveis em clima e temperatura ficam muito adocicados e muitos consideram sem graça. Presente apenas em alguns lugares do mundo como Bulgária, França, Chile e Argentina que tem excelência no plantio resultando em rótulos elegantes, complexos e de grande personalidade. 
Tem presença de taninos firmes e pouco acentuados, seus aromas são característicos o que indica ela para varietais, em corte prejudicam outras castas e desequilibram a combinação em geral, é possível encontrar em todas as categorias tintos, brancos, rosés e espumantes. 

Malbec 

Mesmo tendo a história bem parecida com a das Tannat, porque também são francesas mas são produzidas na Argentina, sendo responsáveis por mais da metade da produção de vinhos no mundo. Com a união do clima, solo e a geografia, a temperatura quente  durante a manhã e o frio a noite é o ideal para que as uvas amadureçam no tempo certo resultando em uma bebida com taninos maduras e bem arredondados com textura aveludada, sabor intenso e aromas com tons de ameixa, cereja e figo, e com toques de baunilha, café, tabaco e cacau.  
Envelhecido em barris de carvalho, sua estrutura ganha força podendo surgir aromas de couro e notas torradas adicionais à bebida. Coloração intensa entre vermelho e violeta escuro, porém existem exemplares de roses e até espumantes. Por isso sua harmonização é bem ampla, indo desde carnes vermelhas com temperos marcantes até receitas leves e refrescantes como ervas e vegetais. 

Chardonnay

Os vinhos Chardonnay são mencionados inúmeras vezes na literatura e no cinema. É um dos vinhos brancos mais famosos do mundo – muitas vezes confundido com o nome da própria bebida. Eles se originaram na França e também são cultivados nos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Chile, África do Sul, Argentina e, claro, no Brasil. Verificar a procedência dessas uvas é um ponto importante para quem deseja experimentar vários rótulos diferentes, pois a variedade é extremamente maleável, ou seja, é mais suscetível à temperatura, às chuvas e à qualidade do solo. Isso significa que o vinho terá características diferenciadas em relação ao seu país de origem e também relacionadas ao perfil de cada vinícola. De modo geral, quando plantada em locais quentes, a bebida é encorpada e com baixa acidez. 
Se a temperatura local for mais alta, você poderá notar frutas mais doces, como melão e pêssego. Em regiões com climas amenos, os vinhos Chardonnay tendem a ter sabores mais cítricos. Por fim, quando produzidos em regiões frias, seus vinhos são de corpo médio, alta acidez e paladar mais duro, além de sabores de ameixa ou até maçã verde. Se a bebida passar pelo barril, todas essas características naturais mudarão. Em geral, eles têm um teor alcoólico mais alto – isso aumenta o teor de açúcar da bebida, então, embora ainda se enquadrem nessa categoria, não se parecem com vinho seco. Portanto, pode-se dizer com certeza que se trata de uma uva muito versátil, que pode produzir uma variedade de bebidas diferentes. Uma dessas formas é o vinho espumante, no qual o Chardonnay também é usado como uvas picadas para fazer bebidas mais complexas e balanceadas.

Riesling Itálico

Cultivada com excelência na Serra Gaúcha responsável pela maioria dos espumantes nacionais e vinhos brancos. Mesmo carregando consigo o nome da Itália não é possível pesquisar a origem dessa casta que também é produzida na Croácia. Seu sucesso aqui no Brasil é por conta da sua boa acidez, deixando os vinhos ideais quando resfriados, perfeito para regiões com temperaturas moderadamente altas como no Brasil. 
Contém frescor, corpo leve, e o aroma pode variar entre tons frutados e cítricos, por isso é muito usado em cortes de espumantes, podendo ser usado também em vinhos de sobremesa por conta do seu equilíbrio entre acidez e doçura da bebida, tornando um acompanhamento ideal para doces, principalmente os que contêm frutas cítricas como laranjas e limões. 

Gewurztraminer

Mesmo sendo um nome difícil de pronunciar, “gaverztramener” vem do alemão e significa “uva de tempero”, entretanto seus vinhos são fáceis de serem lembrados por conta de suas características. O tempo de maturação é considerado relativamente rápido, estando no clima ideal para cultivo, que seria de região estável, quando exposta a calor excessivo tende a amadurecer mais rápido, com isso seus nuances de especiarias e florais são perdidos e o vinho é considerado sem graça. 
Podem ser encontrados rótulos brancos e rosés que carregam um sabor diferente de aromas de lichia, pétalas de rosas, canela, damasco, gengibre e abacaxi, classificadas entre as mais aromáticas que existem, possuem bastante corpo e densidade apesar de serem extremamente frustradas também podem ser doces e secas com quantidade de açúcar ideal. Como todo vinho tinto, rosé e branco tem melhor degustação em temperaturas baixas, aproximadamente de 9ºC. Por serem bem aromáticos são bem harmonizados com pratos de sabores marcantes, uma ótima escolha para acompanhar por exemplo a gastronomia indiana. 

Sauvignon Blanc

Sendo uma das uvas brancas mais famosas do mundo, junto com a Cabernet Franc deu origem a Cabernet Sauvignon que é considerada a rainha das uvas. Também de origem nobre, é uma das uvas bordalesas mais antigas. Seu cultivo acontece na França, que é sua terra natal, mas também grande destaque na Nova Zelândia, porém com características diferentes por conta da região. Em solo francês são plantadas em Bordeaux, a maioria é usada para corte formando um blend perfeito com a Semillón que na maioria das vezes passa pelo processo de podridão nobre para aumentar a concentração de açúcar nos bagos. 
Nos alpes franceses na região de Loire, é celebrada como varietal, com vinhos ricos e reconhecidos pelo mundo todo, refrescantes e secos com traços frutados e aromas vegetais e minerais. Do outro lado do globo temos os vinhos neozelandeses que tem um sabor mais frutado que o francês, deixando os minerais em segundo plano. O diferencial está no cultivo com a colheita em diferentes estágios de maturação, resultando em  um vinho encorpado com aromas mais complexos como de ervas, lima, aspargo e maçã verde, sendo bastante aromático, com boa acidez e fresco, é possível analisar todas essas características na degustação. A harmonização é um tanto quanto diferente pois é uma combinação muito difícil  de se ver no mundo dos vinhos, mas são os aspargos que combinam muito bem com queijos de cabra. 

Semillón

Apesar de não serem tão famosas quanto a Chardonnay e Sauvignon Blanc, também estão entre as uvas brancas mais cultivadas na região de Bordeaux, na França. Com cultivo relativamente simples, com maturação rápida e brotamento demorado, o momento certo para a colheita é quando apresentam tons rosados e acobreados, e começam a aparecer no vinho aromas de pêra, maçã, nectarina, uva, limão e figo. Em algumas vinícolas são deixadas de lado para ocorrer naturalmente o processo de podridão nobre que ocorre por conta do fungo Botrytis cinerea que provoca a desidratação das uvas deixando o açúcar mais concentrado, resultando em vinhos de sobremesa com aromas distintos de pêssego, mel, damasco, tabaco, caramelo e abacaxi, comparado com os outros vinhos brancos são consideradas mais complexas,  por isso é muito usada para corte, principalmente para compor sabores mais complexos junto com a Sauvignon Blanc com textura macia. 

Moscato

As uvas Moscato podem ser verdes ou escuras, sendo uma das mais antigas cultivadas em todo mundo, são conhecidas por produzir vinhos brancos, rosés e tintos de alta qualidade, tem potencial de originar vinhos adocicados com baixo teor alcoólico e com aromas de pêssego, tangerina e flor de laranja, dando um perfil refrescante com isso gerando um ótimo espumante. Com aroma peculiar que os em conhecimento reconhecem de longe, gerando vinhos tintos de sobremesa devido aos açúcares residuais principalmente quando cultivados em regiões quentes. Podem ser harmonizados com uma grande variedade de doces de bolo até mouses de chocolate. 

Barbera

Tem origem italiana, por isso é popular no Brasil, pois foi trazida pelos colonos que migraram para o nosso país, apresenta uma grande variedade, produzindo vinhos leves ou até mesmo os mais complexos e com grande potencial de envelhecimento. Até os anos 80 eram utilizadas para produzir vinhos grosseiros mas foram aplicadas no cultivo melhorias que se mostrou capaz de gerar rótulos nobre com reconhecimento, para aumentar a qualidade, o plantio é feito em regiões quentes em solo pobre como na Itália e Califórnia nos Estados Unidos. Com coloração escura e com acidez elevada tornam-se excelentes candidatos ao envelhecimento, e com o passar dos anos ficando mais redondos, macios, e com aromas originais de frutas vermelhas. Um dos poucos que tem boa harmonização com salmão defumado e também com carnes de cordeiros e molho a base de anchovas e brócolis. 

Agora que você já tem conhecimento sobre as principais uvas fica muito mais fácil de degustar e saber qual agrada mais seu paladar, tendo todas as opções, das mais suaves até as mais fortes. Busque explorar novos rótulos entendendo as classificações. Conheça todas as uvas!

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